domingo, 13 de novembro de 2016

NINA



Desafio a fio quem entenda
Como pode uma dor ter emenda?
Nina não encontrava saída 
para sua dor tão pouco diluída, 
um veneno correndo por suas veias, 
sem soro ou anistia

Uma estrangeira em seu corpo, 
não se reconhecia 
Como isso podia? 
Sua bandeira seria o seu dia 
Mas o que fazer quando a noite surgia?

A lágrima, que há muito escorria, 
derramava seu amor para o olhar de quem o mal lhe fazia.

Nina era nome pequeno, 
desses que se dá ou ganha quando pequenina
Sua melodia, há muito esquecida, 
não era cantada ou declamada, 
apenas se escondia
Porque a alegria não compunha mais sua música, 
que havia se transformado apenas em fantasia 

Nina sofria!
E durante o dia, 
ter uma vida fingia
Mas a noite, 
assim como sua roupa de colombina, caía 
E sua dor, com a realidade, aparecia

Mas será que de dia sumia?


- Gustavo Machado