Como pode uma dor ter emenda?
Nina não encontrava saída
para sua dor tão pouco diluída,
um veneno correndo por suas veias,
sem soro ou anistia
Uma estrangeira em seu corpo,
não se reconhecia
Como isso podia?
Sua bandeira seria o seu dia
Mas o que fazer quando a noite surgia?
A lágrima, que há muito escorria,
derramava seu amor para o olhar de quem o mal lhe fazia.
Nina era nome pequeno,
desses que se dá ou ganha quando pequenina
Sua melodia, há muito esquecida,
não era cantada ou declamada,
apenas se escondia
Porque a alegria não compunha mais sua música,
que havia se transformado apenas em fantasia
Nina sofria!
E durante o dia,
ter uma vida fingia
Mas a noite,
assim como sua roupa de colombina, caía
E sua dor, com a realidade, aparecia
Mas será que de dia sumia?
- Gustavo Machado